Descrição
Uma ode à terra e à ancestralidade, “Coité” é uma pintura que transpira organicidade e ritual. A tela se transforma em um campo de texturas brutas, onde as aplicações de cuinhas cruas emergem como veias pulsantes, entrelaçando-se à tinta em tons terrosos: ocres, marrons ferrugem e verdes pálidos, como a casca ressecada do fruto que nomeia a obra. As cuinhas, dispostas em padrões que sugerem cicatrizes ou sulcos de plantio, criam uma topografia tátil, convidando o olhar a percorrer não apenas a superfície, mas a memória da matéria. Pinceladas grossas e gestuais alternam-se com áreas de pigmento diluído, como se a própria terra tivesse suado suas cores sobre o suporte.